Primeira noite de programação destaca criação de terneiras

Primeira noite de programação destaca criação de terneiras

Evento segue com atividades presenciais no dia 05 de outubro no Colégio Teutônia

Na noite de 29 de setembro ocorreu a abertura da programação da 16ª edição do Fórum Tecnológico do Leite, realização do Colégio Teutônia e da Emater/RS-Ascar. Com transmissão on-line do primeiro dia, a live com apresentação de dois cases de criação de terneiras já contou com mais de mil visualizações. Evento tradicional da cadeia produtiva, este ano a temática aborda “Tecnologias que impactam na rentabilidade da atividade leiteira”.

O Fórum também integra a programação de 70 anos do CT e terá continuidade na próxima quarta-feira, dia 05 de outubro, com atividades presenciais no Auditório Central do educandário, abordando conforto e bem-estar animal.

Evolução do Fórum

Falando em nome do CT, a médica veterinária Cristiana Terra, professora e coordenadora do curso Técnico em Agropecuária, valorizou as parcerias na organização do Fórum, lembrando a origem da programação. “A cada edição procuramos trazer temas relevantes para discussão, abordando a evolução do agronegócio e buscando a ampla troca de experiências.”

A secretária da Agricultura e Meio Ambiente de Teutônia, Lídia Dhein, destacou a importância da cadeia leiteira para o município, com produção de 35 milhões de litros de leite/ano e 379 produtores. “O Fórum é voltado especialmente aos produtores, enriquecendo o nosso trabalhador do campo com informações e tecnologias em todas as etapas de produção.”

O presidente da Emater/RS-Ascar, Alex Corrêa, mencionou o relatório socioeconômico gerado a cada dois anos pela entidade. “Esse material é utilizado como base para elaboração de estratégias para a atividade e execução de políticas públicas para a cadeia produtiva.”

Cases

Na apresentação dos cases, os produtores relataram suas experiências, destacando desafios e as soluções encontradas. Com o tema “Como preparar a vaca do futuro”, Eduardo Rutz, da Granja Rutz, de Westfália/RS, falou do aumento da média de produtividade e investimento na criação de terneiras; e Ilza Borges e André Hepp, da Agropecuária Vale Verde, de Paverama/RS, abordaram a criação de terneiras como alternativa de melhor custo-benefício.

Granja Rutz

A Granja Rutz conta com ordenha robotizada. A produção anual é de 800 mil litros de leite e, atualmente, há 54 vacas em lactação, com média de 40 litros/dia por animal.

Eduardo lembrou a evolução no melhoramento genético do rebanho, incentivado a partir da participação em feiras. “Alteramos a maneira de cuidar das terneiras buscando informações com outros produtores. Essa fase inicial é crucial para o animal se tornar uma boa vaca depois”, defendeu.

Entre outros detalhes, o produtor frisou a importância da qualidade na nutrição e no conforto dos animais, fundamentais para o seu desenvolvimento. “Com algumas mudanças, registramos maior ganho de peso, com terneira chegando a 140Kg e altura de 1,20m em três meses. Em menos de um ano já contávamos com animais com tamanho e peso para serem inseminados; em menos de dois anos, temos vacas produzindo leite.”

Investimentos em infraestrutura, questões sanitárias, melhoramento genético e diferentes etapas do processo de criação também foram apresentados. “Percebemos que todo esforço vale a pena. Fazemos o ‘dever de casa’, que é cuidar do animal. Agindo certo desde o início, a terneira será uma vaca excepcional. Produtor de leite precisa investir e evoluir”, concluiu.

Eduardo Rutz, da Granja Rutz, de Westfália, falou do aumento da média de produtividade e investimento na criação de terneiras

Agropecuária Vale Verde

A Agropecuária Vale Verde conta com 167 animais, dos quais 90 vacas em lactação. A produção é de 3200 litros/dia. Ilza Borges e André Hepp valorizaram o sistema de genotipagem e o manejo de pré-parto. “É nos detalhes que temos o nascimento de uma terneira de boa sanidade e imunidade, em condições de se desenvolver’, disse Hepp.

O casal também lembrou a evolução do sistema de criação da propriedade, falou de cuidados sanitários, alimentação e controle da produção. “Em 60 dias ocorre o desmame, com o animal pesando 125Kg”, revelou Ilza.

A propriedade passou do sistema de criação em casinhas individuais a céu aberto para baias individuais suspensas, ripadas com piso de concreto, de cama sobre cama para evitar umidade do ambiente. “Essa mudança representou grande melhoria em termos de desempenho. O manejo de criação de terneira praticamente dobrou a produção leiteira da vaca e permitiu antecipar a inseminação de novilhas com 400Kg aos 11 meses de idade. Hoje já temos animais em produção que pariram com 20 meses de idade, aproveitando todo potencial genético”, exemplificou Hepp, acrescentando que idade não interfere em produção, mas sim o sistema de criação eficiente.

Por fim, o casal sugeriu que os produtores deem cada vez mais atenção à criação de terneiras para ganhos na cadeia produtiva do leite. “Tudo que eu fizer na vida inicial da terneira, é o resultado que tenho lá na frente com a futura vaca. Cada meio litro de leite que consigo produzir a mais, muitas vezes pode pagar todo o investimento na criação da terneira. Quem paga a conta numa propriedade leiteira é um sistema de criação de terneira bem feito.”

Ilza Borges e André Hepp, da Agropecuária Vale Verde, de Paverama, abordaram a criação de terneiras como alternativa de melhor custo-benefício

Programação

A programação presencial do dia 05 de outubro, no Auditório Central do Colégio Teutônia, terá foco no conforto e bem-estar animal. A recepção e credenciamento serão a partir das 9h40min, com abertura oficial às 10h. Às 10h15min acontece a palestra “Como resfriar suas vacas e não perder dinheiro neste verão”, com o médico veterinário Adriano Seddon, consultor técnico Top Leite/Cowcooling. Às 12h haverá almoço que privilegia o networking.

À tarde serão abordados os resultados obtidos por meio do resfriamento das vacas, as melhorias alcançadas e as dificuldades ainda enfrentadas. Às 14h será apresentado o case do produtor de leite de Vespasiano Corrêa/RS, Fabrício Balerini; seguido de apresentação do produtor de leite de Boa Vista do Buricá/RS, Edemar Follmann, às 14h20min.

A partir das 14h40min haverá debate e espaço para perguntas, com moderação do técnico da Emater/RS-Ascar, Maicon Berwanger. Às 15h15min acontece oficina prática com simulações de sistemas para resfriamento de vacas, com encerramento previsto para às 15h50min.

Durante o dia os patrocinadores ouro do evento terão “mesas de negócio” no espaço do Auditório Central do CT, com a possibilidade de demonstrações e ações de relacionamento com o público presente.

              Inscrições

As inscrições podem ser realizadas pelo site do Colégio Teutônia – www.colegioteutonia.com.br. Inscritos até às 12h do dia 03 de outubro garantem almoço gratuito (haverá a possibilidade de se inscrever na hora, porém, sem o almoço gratuito).

O Fórum Tecnológico do Leite conta com o apoio da Prefeitura de Teutônia, patrocínio ouro de Certel Artefatos de Cimento, Top Leite, Duagro, Gestor RP, Select Sires e Milkparts; patrocínio prata de Languiru, Dália Alimentos, Sindilat/RS, Machado Agropecuária, Samaq Massey Ferguson, Comercial Agrícola Maná, Nutron, Tangará, Cooperagri, Sicredi Ouro Branco, Fábio Guilhermano e Launer Química.

TEXTO – Leandro Augusto Hamester

CRÉDITO DAS FOTOS – Reprodução Colégio Teutônia