Atletismo, sinônimo de medalha no peito

Atletismo, sinônimo de medalha no peito

A Languiru de todos os esportes

O Brasil é considerado o “país do futebol” em função dos craques e títulos mundiais que justificam esse conceito, no entanto, outros esportes também conquistaram o respeito do povo brasileiro ao longo da história. Aos poucos, o atletismo foi ganhando importância no cenário nacional, se transformando numa modalidade que já rendeu muitas medalhas.

O atletismo é um esporte milenar que imita uma série de habilidades fundamentais do ser humano, como correr, saltar e arremessar. É da Grécia Antiga de onde vêm os primeiros registros sobre a sua prática, mais precisamente do ano 776 a.C., nos Jogos Olímpicos. Ao longo do século XIX, foram surgindo torneios e federações na Inglaterra e nos Estados Unidos, além de um processo de resgate do atletismo nos Jogos Olímpicos da era moderna em 1896, na cidade de Atenas, na Grécia. Em 1912 foi fundada a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) e, em 1977, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). A modalidade passou a ser dividida em corridas, lançamentos e saltos, além de ser praticada em estádios, vias públicas ou em campos.

Hoje, como exemplos dos principais torneios podemos citar os Jogos Olímpicos, campeonatos mundiais e as maratonas, como a de Nova York, a de Berlim e a São Silvestre. Entre os atletas que marcaram seu nome na história do atletismo estão o jamaicano Usain Bolt, o queniano Paul Tergat e os brasileiros Joaquin Cruz, João do Pulo e Maurren Maggi.

No Brasil, inúmeras escolas e universidades investem no atletismo como forma de estimular o gosto pelo esporte, promover o bem-estar e a inserção social. O Colégio Teutônia é um desses exemplos: desde a década de 90 mantém projeto de atletismo, que conta com o apoio da Cooperativa Languiru. A equipe de atletismo do educandário estampa a marca da cooperativa nos uniformes e mostra que a Languiru “corre” para “saltar” cada vez mais longe em nível estadual e nacional.

 

O início

 

O treinador de atletismo e futsal do Colégio Teutônia, professor Laudenor Brune, relembra que o projeto iniciou em 1994, ano em que ingressou no educandário. Na época já haviam competições de atletismo da Rede Sinodal de Educação e muitos estudantes interessados em participar da modalidade. Acredita que a importância e o papel social foram cruciais para a expansão do projeto. “A busca por melhores resultados e a participação em eventos são possibilidades que o projeto oferece. Inúmeros jovens passaram por aqui e tiveram oportunidades ímpares”, elencou.

Brune observa que uma estrutura adequada para treinar contribui para que o atleta alcance performance de alto rendimento. Pensando nisso, o Colégio Teutônia decidiu investir forte no atletismo. Hoje, o projeto conta com pista, academia, ginásio e quadra coberta, tudo supervisionado por profissionais qualificados e uma gestão eficiente. Porém, enfatiza que a finalidade do projeto é educacional. “O Colégio Teutônia investe na formação continuada de seus profissionais e entende que o projeto de atletismo é um trabalho que perpassa de pessoas para pessoas. O objeto é a atividade olímpica”, define.

Com o tempo, os resultados foram aparecendo e o projeto se consolidando. Hoje, a prática do atletismo está dividida nas categorias sub-12, sub-14, sub-16, sub-18, sub-20 e adulto. Brune menciona que as equipes costumam participar de provas de corridas de velocidade, de meio fundo e de fundo. As provas de campo são compostas por saltos (distância, altura, triplo e vara), arremessos (peso, disco, pelota, dardo e martelo) e provas combinadas (pentatlo, heptatlo e decatlo).

Todas as competições são oficiais da CBAt. “Nas provas combinadas temos um atleta que foi campeão brasileiro em 2015 e dois medalhistas em campeonatos brasileiros em 2016”, orgulha-se o treinador.

 

 

Rotina de treinos

 

Para alcançar performance satisfatória nas competições é preciso empenho nos treinamentos. Com formação em Educação Física, Brune observa que os treinamentos são conduzidos por profissionais formados e devidamente registrados junto ao Conselho Regional de Educação Física (CREF-RS). “Esses profissionais possuem capacitação dentro de atividades ligadas ao atletismo, com cursos específicos sobre o treinamento da modalidade e desenvolvimento físico”, destaca.

No Colégio Teutônia, com a finalidade de aplicar movimentos específicos conforme as provas que competem, os treinos são divididos por categorias. Os atletas das categorias sub-12 e sub-14 executam duas vezes por semana, com carga horária de aproximadamente uma hora, exercícios que possibilitam conhecer todas as provas. “Isto se deve ao fato do corpo deles ainda estar em fase de crescimento e desenvolvimento, ou seja, eles têm a necessidade de se desenvolver”, elucida Brune.

As categorias mirim (sub-16) e menor (sub-18) passam a treinar especificamente para provas em que se tem maior possibilidade de obter resultados. Por sua vez, essas categorias passam a treinar de três a seis vezes por semana. “Os treinos duram cerca de duas horas, podendo sofrer alterações conforme o período de preparação e o nível do atleta”, acrescenta.

 

 

Competições estaduais e nacionais

 

O Colégio Teutônia participa, em média, de 25 a 30 competições ao longo do ano. São troféus regionais organizados pelas equipes federadas à Federação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul (FAERGS). “Além dessas competições, anualmente ocorrem os campeonatos estaduais de cada categoria, dando-se preferência às equipes do interior para sediar os campeonatos sub-12 e sub-14”, complementa Brune.

Já os campeonatos das categorias sub-16, sub-18, sub-20 e adulto são organizados por entidades que contam com pista sintética para viabilizar a obtenção de marcas que possam qualificar os atletas em nível de competições nacionais. “Os campeonatos brasileiros são destinados a atletas que tenham obtido qualificação entre os dez melhores do ranking brasileiro no ano corrente”, esclarece.

 

Promessas que viraram realidade

 

Brune lamenta que o atletismo ainda seja considerado um esporte amador, porém, enaltece que muitos atletas já vivem profissionalmente. Como exemplo, cita a teutoniense Jaqueline Weber, que passou pelo projeto de atletismo e, após a conclusão do Ensino Médio no Colégio Teutônia, foi incorporada à equipe da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e renomeada para Associação Medalha de Ouro (AMO).

Outra atleta lembrada pelo treinador é Bruna Dannebrock, que também já concluiu o Ensino Médio e continua treinando no Colégio Teutônia. “Em 2014, ela foi escolhida a atleta destaque no Campeonato Estadual Adulto, após conquistar três medalhas de ouro nas provas de 100m, 200m e 400m com barreiras”, ressalta. O bolsista do projeto de atletismo do Colégio Teutônia, Deivid Nunes, formou-se no Ensino Médio do Colégio Teutônia em 2015. É outro que vai seguir para Santa Cruz do Sul e se juntar a Jaqueline na equipe AMO para estudar e treinar.

 

Mais de 60 medalhas em 2016

 

Brune entende que o ano de 2016 foi de consagração para a equipe de atletismo do Colégio Teutônia. Em competições regionais foram conquistadas mais de 30 medalhas, além de outras 30 medalhas em campeonatos estaduais e pódios em provas de rua. Em João Pessoa, na Paraíba, foram conquistadas cinco medalhas nos Jogos Escolares de 12 a 14 anos, sendo duas de prata e três de bronze. “Foi um excelente ano, principalmente em nível de jogos escolares, onde o atletismo do Colégio Teutônia foi a equipe que alcançou o maior número de medalhas representando o Rio Grande do Sul. Já o atleta Fabiano Backendorf, campeão brasileiro em 2015, aparece entre os dez melhores do ranking brasileiro na prova de salto em altura, com a marca de 1,88m”, enaltece.

O treinador salienta que esses resultados se devem a uma série de fatores, como estrutura, atletas de bom nível, treinamentos adequados orientados pelos professores, apoio dos patrocinadores e envolvimento da direção do Colégio Teutônia.

Manter a performance em 2017

 

Para 2017, a meta é preservar a posição de destaque do projeto no Rio Grande do Sul e no Brasil. Entre os objetivos, Brune destaca ficar entre os cinco melhores nos campeonatos estaduais, ter novamente medalhistas em campeonatos brasileiros e jogos da juventude. O professor também menciona a possibilidade de fazer melhorias na estrutura da pista de atletismo para que os atletas tenham condições de estabelecer novas marcas. “Também pretendemos aumentar o número de alunos que frequentam o projeto, trazendo mais estudantes das escolas municipais e estaduais para treinar e competir”, acrescenta.

 

Languiru viabiliza acesso ao esporte

 

A Cooperativa Languiru apoia o projeto de atletismo do Colégio Teutônia há mais de uma década, uma parceria que já nasceu fortalecida, em virtude da relação da cooperativa com a instituição de ensino, que remete aos anos 70.

Segundo Brune, a contribuição da cooperativa permite a continuação desse projeto de cunho social e que beneficia centenas de crianças e jovens, com atividades de forma gratuita e orientada, possibilitando a inserção social e cultural, conhecendo novas cidades dentro e fora do Estado. Além disso, considera que os atletas representam Teutônia e o Vale do Taquari. “A Languiru é fundamental para o atletismo do Colégio Teutônia. É por meio desse incentivo que muitas crianças e filhos de cooperados têm acesso à prática do esporte, o que é inquestionável no desenvolvimento e formação de nossos estudantes”, argumenta.

Ele destaca que, com o apoio da cooperativa, é possível custear o transporte dos atletas, inscrições, aquisição e reposição de materiais. Para o professor, a educação e desenvolvimento das crianças e dos adolescentes da região é uma consequência dessa parceria. “Com certeza, este é um grande diferencial que renderá ótimos frutos no futuro”, prevê.

 

 

TEXTO – Éderson Moisés Käfer e Leandro Augusto Hamester

 

CRÉDITO DAS FOTOS – Divulgação Colégio Teutônia  e Leandro Augusto Hamester